Por: Beatriz Iolanda Peixoto de Freitas
Pesquisando sobre a usura no dicionário de economia, a definição que encontrei foi: “cobrança de taxas de juros consideradas exorbitantes, superiores às taxas máximas permitidas por lei ou admitidas como viáveis segundo a prática dominante e sua aplicação configura crime popular, punível por lei”. Mas a usura no seu sentido mais puro, não é apenas uma cobrança de juros abusiva. Para se entender melhor é preciso relatar os fatos desde a Idade Média, quando a prática da usura começou.
A influência religiosa da época na sociedade era muito forte, conseqüenciando uma influência mais forte ainda na economia. Naquela época a usura era definida como qualquer cobrança de juros, independente se os mesmos seriam abusivos ou não. Eis que, sendo assim ela seria considerada pecado mortal, explicando porque somente os não cristãos se utilizavam dela.
Retornando aos nossos dias, me atrevo a dizer que, economicamente falando, a cobrança de juros realmente não ajuda diretamente na geração de riqueza, pois nada mais é do que dinheiro gerando dinheiro, e como diria Karl Marx em suas máximas sobre o capitalismo: “a riqueza é produzida quando existe agregação de valor”, ou seja, produção. Refletindo sobre a usura neste contexto, percebe-se que se uma região não investe em produção, ou seja, indústrias, está condenando a sua própria economia à estagnação.
Mas por outro lado, se não existir esse tipo de convenção nas relações econômicas, como o investidor poderia, por exemplo, aumentar o seu negócio num momento em que estivesse descapitalizado financeiramente? Outro fator importante é que não seria interessante para quem cede o capital financeiro, não ser remunerado pela sua “boa vontade”. Na íntegra é uma troca de favores.
Todos, ricos e pobres, capitalistas ou não, já necessitaram, em algum momento, se valer de empréstimos para salvaguardar o seu orçamento, necessitando assim de pessoas dispostas a cometer o pecado da usura. Como somos todos meros mortais sujeitos a pecar… quem nunca praticou a usura que atire a primeira pedra!
OBS: Artigo anteriormente publicado em 2006
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