A construção civil e o setor de tecnologia continuam atrás de mão de obra qualificada. As oportunidades na área de serviços, ligada ao consumo, estacionaram. Quem trabalha em segmentos atingidos pelas variações do dólar anda sem saber o que esperar do futuro. Economia aquecida não significa que chegou a hora ideal de mudar de empresa. Nem quando há desaceleração é sinal de que não se pode buscar novos caminhos.
Há muito mais a ponderar antes de trocar de emprego. A remuneração não perdeu importância. “Mas as pessoas já focam na possibilidade de equilíbrio entre profissional e pessoal e no reconhecimento público dos méritos”, diz Gilberto Cavicchioli, professor de gestão de pessoas e marketing de serviços da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Especialmente, a atual geração.
Um dos clichês que os especialistas vêm derrubando é o de que permanecer anos em uma empresa prejudica a carreira. Se o funcionário aprende constantemente e continua em expansão, nada errado em ficar no mesmo lugar. “Emprego é um instrumento em que a pessoa se realiza como profissional”, diz Cristina Camargo, professora dos MBAs executivos da Business School São Paulo (BSB). “E quando não é claro para o indivíduo o que ele realmente deseja na carreira também não é hora de sair de onde está.”
A mudança de companhia vale a pena se os valores pessoais e os da organização não são compatíveis. Se há um incômodo. “É fundamental compreender a origem do descontentamento”, diz Cavicchioli. Para chegar a uma decisão embasada são necessários autoconhecimento e avaliação do segmento de atuação. “Gosto do que faço?”, “Me vejo na mesma área daqui a dez anos?”, “Quero assumir diferentes responsabilidades ou não?”, estão entre as perguntas essenciais que o profissional deve fazer.
Decidido que a insatisfação é irreversível na posição em que a pessoa se encontra, o primeiro passo é comunicar a situação ao gestor e pedir orientação. Caso a conversa seja mal recebida, o profissional deve procurar o recursos humanos. “Tente uma realocação antes de tudo”, diz Cristina. Se a movimentação interna não for possível ou descartada é hora de traçar um plano e correr atrás do sonho. Comece ativando seu networking, demonstrando ao mercado o interesse em mudar. Avalie se existem falhas em sua formação e procure saná-las. Buscar outra oportunidade permanecendo empregado é o mais recomendado.
“Também não espere a corda arrebentar, chegar ao limite. Por isso, é importante se preocupar com a autogestão”, diz Cavicchioli.
Investir em si mesmo com cursos, viagens e treinamentos para desenvolver as próprias habilidades é o que faz a diferença no momento de ampliar horizontes. Os especialistas garantem: estude sempre, adquira conhecimento e a guinada na vida profissional será viável em qualquer idade.
Fonte: Revista Época
Link: http://epoca.globo.com/vida/vida-util/carreira/noticia/2013/09/quando-vale-bmudar-de-empregob.html
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