O Fundo Monetário Internacional desembolsou a última parcela da ajuda financeira à Irlanda nesta sexta-feira (13), quando o país tornou-se o primeiro membro da zona do euro a sair com êxito do programa de resgate internacional.
A Irlanda recebeu nesta sexta-feira US$ 890 milhões do FMI, um dos três credores que supervisionaram o resgate de 85 bilhões de euros (US$117 bilhões), necessário depois que os maiores bancos do país entraram em colapso em 2010. O país cortou gastos e aumentou os impostos para reequilibrar a economia desde que precisou buscar ajuda de emergência, atingindo todas as principais metas e sem grande agitação popular.
A Irlanda também conseguiu se financiar até 2015 com a emissão de dívida ao longo dos últimos 18 meses. A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, elogiou a “implementação de políticas firmes”, mas disse que a economia ainda enfrenta desafios, incluindo o desemprego, a pesada dívida do setor público e a sustentabilidade da dívida pública.
“A Irlanda está agora em uma posição muito mais forte do que quando o programa começou”, disse Lagarde no comunidado, acrescentando, entretanto, que “a implementação continuada da política concertada, portanto, é necessário para a Irlanda se recuperar totalmente da crise”.
A saída da Irlanda do plano de ajuda, no final de anos de austeridade, constitui um exemplo para os outros três estados europeus sob assistência: Chipre, Grécia e Portugal.
Crescimento frágil
Os pequenos bancos se fundiram em instituições viáveis e o Anglo Irish Bank foi liquidado em fevereiro. O crescimento, contudo, é frágil. Dublin prevê um aumento do PIB de 0,2% este ano, mas espera 2% em 2014. Contudo, o país convenceu, sobretudo, os investidores: de volta aos mercados, capta dinheiro a taxas de juros adequados, inferiores em todo caso aos da Itália ou Espanha, destaca a AFP.
A Irlanda depende muito de suas exportações, o que a coloca em situação de fragilidade caso a situação de seus sócios comerciais piore. Também depende de uma zona de euro ainda convalescente de seus numerosos problemas. A demanda interna continua deprimida devido a um forte índice de endividamento das famílias, os escassos empréstimos concedidos pelos bancos e as drásticas medidas de austeridade que prejudicam o poder aquisitivo.
Sobretudo, continua sendo difícil a situação do emprego: apesar de uma leve melhoria, a taxa de desemprego era de 12,5% em novembro. Prova do mal-estar reinante no país é a imigração massiva de irlandeses: 90.000 deixam o país cada ano.
Fonte: G1
Link: http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/12/irlanda-recebe-ultima-parcela-de-ajuda-do-fmi-e-sai-do-programa-de-resgate.html
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