Lidar com o trauma e com suas consequências em vida é o que mais associamos à ausência da felicidade. Viver me permitiu passar por uma experiência de grande superação de trauma com meu acidente aos 4 anos de idade. Além das vivências concretas, a vida sempre nos apresenta formas distintas de traumas: o surpreendente, o imprevisível, o inesperado, etc. Portanto, cada um tem um trauma vivido.
Superar o trauma e suas frustrações talvez seja a mais difícil de todas as provações. A ajuda científica, médica, psicológica, terapêutica é essencial e vital para que possamos contar com o conhecimento humano já comprovado no suporte a essa superação, pois permite que reencontremos as conexões neuronais da mais importante de todas as saúdes: a mental.
Contei com a ajuda científica no campo físico. Fui salvo, mas não pude usufruir, ao meu tempo, do apoio psicológico profissional ou de boas práticas terapêuticas. Então, deixo com você algumas regras que aprendi com muita sorte e ajuda de pessoas espetaculares.
Precisamos aceitar que a vida é feita de ciclos, e que felicidade e infelicidade são lados da mesma moeda do fato de estar vivo. Também é fundamental entender que algo que nos parece agora um infortúnio irá abrir a porta de uma gigantesca felicidade amanhã. Preste atenção à sua volta e à sua própria vida e constate quantas coisas consideradas indesejáveis e traumáticas serviram para abrir um caminho novo e que fez a diferença na sua jornada!
A superação do trauma inicia por você não aceitar que é um azarado, que isso só acontece com você, e que você foi escolhido para ser “o infeliz do mundo”. O passo seguinte vai levar você a buscar novas amizades, novas relações e novos conhecimentos para poder sair do trauma. Seja qual for o tipo de trauma, você só sairá dele com novas relações humanas na sua vida. Não conseguimos sair sozinhos de um trauma como o alcoolismo, por exemplo, e precisamos ter relações humanas.
A superação do trauma exigirá que você crie um novo papel de si mesmo. Você não vai superar nada se continuar achando que voltará a ser o que era antes. Não somos mais, depois de um grande choque, a mesma pessoa de antes: ou melhoramos ou pioramos. E o que precisamos buscar é a melhora. Se, por um lado, um trauma danifica algo físico, patrimonial ou psicológico e traz dores, por outro permite o fortalecimento e a descoberta de potenciais e de valores humanos que são despertados a partir daquele obstáculo ou grave problema.
Não seremos mais os mesmos, seremos diferentes. Podemos até piorar, e pioramos quando terminamos dominados sentindo pena de nós mesmos. Mas melhoramos ao construir uma nova dignidade humana. Começar de novo um negócio, voltar a amar e se apaixonar sem medo, reaprender a andar, a ver, a ouvir, a falar, mesmo sendo deficiente em algum desses sentidos, ou adotando uma criança abandonada para ser com ela o que não soubemos ser com nossos próprios filhos é a nova tarefa.
A superação do trauma é sempre possível, e por mais incrível que possa parecer, ela nasce na alegria e na felicidade de curtir o novo processo, o método da nossa reconstrução, a vida real da superação. Podemos alçar o voo dos invencíveis fortalecidos por conseguir ultrapassar uma dura luta, mas não conseguiremos sozinhos, e nunca mais seremos os mesmos de antes. Seremos outros criando novos papéis para a honra de uma dignidade evolutiva na vida.
Fonte: Cabeça de Líder
Link: http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/cabeca-de-lider/2014/01/10/6970/
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