A inteligência artificial inaugurou um novo momento na medicina. Pesquisadores da Australian National University, da Austrália, criaram uma ferramenta de IA que não somente identifica, como também classifica tumores cerebrais com até 95% de precisão. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Nature Medicine e divulgados pela CNN Brasil.
Para Dahn-Tai Hoang, um dos autores do estudo, a precisão no diagnóstico e categorização de tumores no cérebro são fundamentais para a realização do tratamento. “Baseamos o estudo na metilação do DNA, que atua como um interruptor para controlar a atividade genética e quais genes são ativados ou desativados”, explicou Hoang, em comunicado oficial à imprensa.
IA agiliza o diagnóstico
Hoang comentou que uma das grandes dificuldades no tratamento de tumores cerebrais é o tempo, pois muitas vezes a demora no diagnóstico compromete as perspectivas do paciente. Mas a ferramenta desenvolvida pelos pesquisadores australianos, em colaboração com especialistas do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, denominada DEPLOY, é capaz de prever a metilação do DNA ainda em um primeiro momento. Posteriormente, a IA classifica os tumores cerebrais em 10 subtipos principais.
A IA que classifica os tumores se baseia em imagens microscópicas do tecido cerebral do paciente e compara com as imagens de outros pacientes. As chamadas “imagens histopatológicas” contam com o treinamento da IA para sua validação em um conjunto de dados de cerca de 4 mil pacientes dos Estados Unidos e da Europa.
Hoang explicou que a ferramenta alcançou alta precisão em identificar e classificar os tumores cerebrais, atingindo cerca de 95%. “Quando recebeu um subconjunto de 309 amostras difíceis de classificar, o DEPLOY forneceu um diagnóstico mais relevante do que o inicialmente fornecido pelos patologistas”, afirmou o pesquisador.
Para os pesquisadores, a ferramenta tem potencial para complementar o diagnóstico de tumores no cérebro, contudo, deve agregar o trabalho inicial feito por um médico patologista. Os pesquisadores ainda acreditam que, no futuro, DEPLOY poderá ser aplicado na classificação de outros tipos de câncer.
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