BEATRIZ IOLANDA

EMPREENDEDORISMO É O NOSSO FOCO!

BC europeu eleva taxa de juros pela 1ª vez desde 2011

O Banco Central Europeu (BCE) elevou nesta quinta-feira (21) a taxa básica de juros da zona do euro pela primeira vez em mais de uma década, em meio a temores de uma crise energética e perspectivas econômicas sombrias na zona do euro. A alta, de 0,5 ponto percentual, levou a taxa a zero.

A taxa de depósito do banco europeu tem sido negativa nos últimos oito anos e estava em -0,5%. Essa taxa, que significa que os bancos pagam para deixar seu dinheiro no BCE, foi projetada para estimular os empréstimos e a atividade econômica, mas ao mesmo tempo estimula a inflação.

A última vez que o BCE elevou suas taxas de juros foi em 2011, mas uma crise da dívida europeia rapidamente obrigou a instituição a reverter o curso.

“Nas próximas reuniões do Conselho, uma maior normalização das taxas de juros será apropriada”, disse o BCE. “A antecipação hoje da saída dos juros negativos permite que o Conselho faça uma transição para uma abordagem reunião por reunião em relação às decisões sobre as taxas de juros.”

Em uma tentativa de amortecer o impacto do aumento dos custos de empréstimo, o BCE também revelou uma nova ferramenta, o Instrumento de Proteção de Transmissão (TPI).

Isto permitirá que o banco compre títulos quando vir sinais de fragmentação financeira – uma divergência injustificada nos custos de empréstimo entre os 19 países da zona do euro.

Inflação X crescimento

A alta na taxa de juros vem para tentar reverter a trajetória de inflação na região, onde os preços ao consumidor subiram 8,6% ano a ano em junho, um recorde para a zona do euro e acima da meta anual de 2% do BCE.

Ao mesmo tempo, a alta precisa ser ‘calibrada’ para não agravar a crise econômica em uma zona do euro já enfraquecida pelos problemas de abastecimento de gás e pela crise política na Itália.

Os bancos centrais normalmente hesitam antes de aumentar as taxas quando a economia enfrenta uma situação delicada, “mas as pressões inflacionárias aumentaram a um ponto em que o BCE precisa intervir”, aponta Frederik Ducrozet, da Pictet Wealth Management.