Carreira não se faz apenas de metas atingidas ou bom resultado ao fim de cada ciclo, mas também (e, em alguns momentos, principalmente) pela imagem que você constrói sobre si mesmo pelo caminho.Nesse ponto, os assuntos e opiniões que partem da sua baia, e-mail e boca são decisivos para essa construção. “Tudo tem uma devida medida. O profissional precisa saber usar o bom senso”, diz o consultor organizacional Eduardo Shinyahsiki. “Eu não vou ficar reclamando das notas baixas do meu filho no ambiente de trabalho”.
Para Reinaldo Passadori, presidente do Instituto Passadori, não ter essa noção clara é um sinal de imaturidade. “A maturidade faz com que as pessoas tomem consciência de que assumiram um compromisso”. E que esse contrato traz uma série de posturas e responsabilidades adequadas – ou não. Confira seis posturas que podem trabalhar contra a sua boa reputação na empresa:
1. Render pauta para o reality show corporativo
Uma grande parte da sua vida é, de fato, compartilhada dentro das paredes da corporação. Mas, os especialistas advertem, é fundamental delimitar fronteiras claras entre o que é público e o que é privado no ambiente profissional. Detalhes sobre a vida sexual, problemas familiares ou outras questões pessoais não devem ser espalhadas aos quatro ventos. Penalidade para quem não dá ouvidos ao bom senso nesse quesito? O perfil profissional atrelado a algum estereótipo socialmente pouco aceitável.
2. Fazer o trabalho uma extensão da casa
Cuidado também para as conversas que você mantém ao telefone. Não pega bem passar uma boa parte do seu dia resolvendo apenas questões pessoais à distância. Eventualmente, é claro, são necessárias algumas intervenções na vida privada a partir do ambiente de trabalho. Mesmo nesse contexto, a regra é manter a discrição.
3. Fortalecer o bullying corporativo
Bancar o divertido no ambiente de trabalho pode até contar pontos para seu relacionamento com os colegas (ou até com a chefia). Mas uma coisa é ser bem humorado. Outra (muito diferente) é ser inconveniente. “A brincadeira é permitida até o limite de respeito à dignidade do outro”, diz o especialista Anderson Cavalcante. Para além dessa fronteira, sinal vermelho. Sempre. Além de denotar imaturidade, esse tipo de postura pode, aos poucos, desgastar seu relacionamento com os colegas de trabalho. De acordo com Cavalcante, para fugir desse tipo de risco a dica é apostar em brincadeiras genéricas e que não colidam com os ideais do bom senso.
4. Não ter papas na língua
A confidencialidade e a discrição fazem parte do jogo corporativo. Burlar isso é quase um passaporte para uma implosão da própria reputação. Por isso, cuidado com a dificuldade de guardar informações a sete chaves. Palmas para você se a verdade é um dos valores inegociáveis do seu perfil profissional. Mas isso não pode servir de desculpa para passar informações sigilosas adiante. Se as pessoas perguntarem sobre o assunto para você, diga que não pode comentar. Simples. Não use isso também como moeda de troca de aproximação com outros colegas de trabalho. Acredite. Quem se aproxima apenas para ter informações privilegiadas geralmente não é tão confiável. “O profissional não pode abrir mão do respeito à função que ocupa”, diz Cavalcante . Sob a pena de inaugurar uma era de mal estar na corporação.
5. Dar voz (e rostos) para a rádio peão
Independente do mercado ou estilo da companhia, fofoca é sempre uma pedra no sapato de toda corporação. Isso não significa, contudo, que há bandeira branca para quem dá corpo para os boatos de corredor. Os fofoqueiros de plantão até podem conquistar um público cativo. Junto a isso, contudo, também recebem uma imagem atrelada a falta de credibilidade e confiança. “Ninguém é bobo. Com o tempo, as pessoas começam a ficar com o pé atrás com quem pratica a fofoca”, diz Passadori. Nas palavras dele, fofocar é praticamente um sinônimo para a ideia de cavar a própria cova profissional.
6. Bancar o zangão
Reclamar de tudo e de todos também contabiliza pontos negativos para a sua imagem profissional. “Nossos companheiros de trabalho não têm obrigação com relação aos nossos problemas”, diz o consultor organizacional Shinyahsiki. “É importante você ter alguém para compartilhar suas questões, mas isso deve ser na esfera da intimidade”.
Fonte Exame
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