Por Juliana Américo Lourenço da Silva
Qualquer consumidor que esteja um pouco mais atento durante as compras e dê uma olhada nas letras miúdas nas embalagens de alimentos pode perceber que muitos produtos não são o que os fabricantes dizem ser.
Um levantamento realizado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) escolheu os dez casos que mais chamaram a atenção, lembrando que o critério foi apenas a discrepância entre o que são de fato os alimentos e os que aparentam ser. Veja abaixo:
1- X-Picanha congelado
Em geral, os hambúrgueres congelados não passam de um bolo de cortes de carne nada nobres (bovina e de frango), proteína de soja e gordura. Porém, foi criado um lanche de X-Picanha congelado, que de picanha só tem o cheiro. Pelo menos é o que sugere a descrição da embalagem, impressa com comedido tamanho de fonte: “sanduíche de hambúrguer de carne bovina e de carne de frango sabor picanha e queijo processado sabor cheddar congelado”.
2- Mostarda
Os adoradores de condimentos como maionese e ketchup, irão se decepcionar em saber que o molho de mostarda é na verdade um mingau de água, vinagre, açúcar, amido e poucas sementes de mostarda.
3- Calabresa
Praticamente todas as marcas de calabresa defumada vêm com a inscrição “tipo calabresa” nas suas embalagens. O consumidor desinformado pode interpretar esse “tipo” como a variedade da linguiça. No entanto, a lista de ingredientes das calabresas defumadas diz o seguinte: “carne suína, carne mecanicamente separada de aves, proteína de soja”, entre outros, ou seja, o “tipo” significa que não é calabresa, mas algo parecido. Um regulamento técnico do Ministério da Agricultura prevê essa prática, desde que a denominação seja “tipo calabresa”, e não apenas “calabresa”.
4- Requeijão
O mundo dos derivados de leite é um prato cheio para pegadinhas, caso dos rótulos de requeijão. Algumas marcas são feitas não apenas com derivados de leite, mas também com derivados de vegetais, como amido e gordura vegetal.
5- Muçarela de búfala
As bolas de queijo conquistaram o paladar dos brasileiros, porém, nem sempre esse queijo é feito com leite de búfala. Se você for procurar nas geladeiras dos supermercados você provavelmente vai encontrar, no meio de legítimas muçarelas de búfala, embalagens de marcas que usam até 80% de leite de vaca.
6- Leite com chocolate
Os achocolatados vendidos prontos nas caixas de longa vida na verdade não são feitos de leite com chocolate. São “bebidas lácteas”, ou seja, em vez de leite, eles são uma mistura de soro de leite com leite em variadas formas (reconstituído e em pó, por exemplo).
7- Mel
Lá está o consumidor na frente da prateleira em que várias marcas de mel estão expostas. Até que algumas um pouco mais baratas despertam a sua atenção. Na correria, ele não hesita e escolhe um dos potes de preço menor. Porém, se for reparar melhor na embalagem, estará escrito “alimento à base de glicose” ou “melado de cana”.
8- Azeite
Normalmente as embalagens de azeite são ilustradas com azeitonas e campos de oliveiras, dando a entender que o produto tem, em sua maioria, azeitona na composição. Errado: se você parar para ler alguns rótulos irá descobrir que o azeite é “óleo composto de soja e oliva”. Pois é, o bom e velho azeite nem sempre é azeite: o ingrediente principal pode ser óleo de soja (entre 85 e 90%).
9- Cerveja
Na Alemanha foi criada, em 1516, uma lei que restringia os ingredientes usados na produção de cerveja a água, malte de cevada e lúpulo. No entanto, depois de quase 500 anos, a bebida deixou de ser pura e passou a receber outros ingredientes.
Na lista de ingredientes das principais marcas brasileiras lê-se claramente a expressão “cereais não maltados”. O que os fabricantes não revelam é o nome específico desse cereal misterioso. Cientistas da USP e da Unicamp foram atrás dessa informação: um teste realizado no ano passado concluiu que quase todas as cervejas do Brasil têm teores de milho de quase 50%.
10- Iogurte
Nem tudo o que está na gôndola de iogurte é iogurte: preste atenção e verá que tem muita “bebida láctea fermentada” no meio. Os iogurtes são mais consistentes; os “falsos iogurtes” são mais líquidos, pois, a exemplo do “leite” com chocolate de caixinha, têm soro de leite em sua composição. Além disso, o Ministério da Agricultura exige que conste do rótulo a frase “bebida láctea não é iogurte”.
Fonte: Infomoney.com.br
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