Canal de denúncias, guia de conduta, treinamento de lideranças e compromisso público são algumas das medidas de combate ao assédio no ambiente de trabalho, mas nem todas as empresas estão preparadas para cumprir a lei.
De olho nisso, a Think Eva, consultoria de igualdade de gênero, junto da SafeSpace, empresa de tecnologia focada em compliance, lançou uma ferramenta gratuita para empresas avaliarem o que ainda precisa ser feito para combater o assédio no corporativo. “O assédio no ambiente de trabalho não é um problema individual”, diz Nana Lima, cofundadora da Think Eva e da Ong Think Olga. “Por isso, devemos pensar em ações que integrem todos os funcionários, principalmente a liderança.”
A ferramenta é simples: trata-se de um questionário que permite que empresas testem em que estágio estão suas políticas de combate a esse tipo de violência. A medida é urgente: desde setembro de 2022 é obrigatório por lei que empresas com mais de 20 funcionários incluam medidas anti-assédio na CIPA, que é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e tenham treinamentos sobre o assunto.
De acordo com os resultados, a empresa pode ser classificada de iniciante a inovadora, que são aquelas exemplares em boas práticas, que formaliza o compromisso publicamente e, ainda, divide os aprendizados com outras companhias.
Como é uma empresa inovadora no combate ao assédio
Uma empresa de perfil inovador no combate ao assédio moral e sexual deve reconhecê-lo como um problema que influencia a produtividade e a saúde mental das equipes.
A Think Eva lista cinco passos para uma empresa ir além da legislação no combate ao assédio:
1 – Tolerância zero contra o assédio: o primeiro passo é estabelecer um código de ética, manual dos funcionários e fornecedores e materiais de comunicação interna que abordem o assunto e garantir que os assediadores sejam punidos.
2 – Estruturação do canal de denúncias: esse canal vai não apenas receber, mas acompanhar todo o procedimento de investigação dos casos. “Já nos deparamos com empresas onde os funcionários não confiam no canal, seja por não saber como acontece o processo de investigação e têm medo de retaliação”, diz Lima.
3 – Treinamento de funcionários e lideranças: treinamento de todos os funcionários sobre assédio. “É crucial criar um ambiente onde todos se responsabilizem por romper o ciclo do assédio”, afirma a cofundadora da Think Eva. “A liderança precisa entender, identificar e inibir o assédio, pois seu comportamento irá guiar e autorizar os outros funcionários.
4 – Compliance jurídico e de RH: departamentos que estão na linha de frente como compliance, jurídico e gestão de pessoas precisam de treinamentos específicos como de acolhimento às vítimas.
5 – Comunicação com stakeholders: a empresa precisa criar formas de comunicar os stakeholders e fortalecer essa ideia de combate ao assédio com sua comunidade.
Catho
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