Que tal ter espaço infinito no HD do seu computador? Essa é a proposta do Bitcasa, um serviço de armazenamento em nuvem fundado em 2011 por ex-funcionários da Mastercard, VeriSign e da Mozy, em Mountain View, na Califórnia. No ano passado, o programa saiu da edição beta, tornando-se disponível para internautas e empresas de todo o mundo.
Entretanto, o Bitcasa é pago: o espaço ilimitado na nuvem custa 100 dólares por mês, cerca de 240 reais. Portanto, o serviço tem foco em quem realmente precisa de espaço ilimitado no computador, por exemplo, quem trabalha com edição de vídeos ou até mesmo pequenas empresas.
O Bitcasa tem versões para Windows, Mac OS e Linux, mas também é possível acessar seus arquivos em aparelhos com Android ou iOS.
No Windows, o Bitcasa cria uma partição que é identificada pelo sistema como um HD externo. É possível ter, por exemplo, 562 TB livres para uso. Quem quiser testar o serviço pode se cadastrar gratuitamente no site da empresa e ganhar até 20 GB de armazenamento.
A INFO conversou com o cofundador e ex-CEO do Bitcasa, o americano Tony Gauda, para entender como funciona esse serviço infinito de armazenamento na nuvem.
INFO: Como surgiu a idéia Bitcasa?
Tony Gauda: Eu estava literalmente ficando sem espaço no meu MacBook Air e eu queria aumentar a capacidade dele sem ter que fazer um upgrade, colocar fotos em um dispositivo USB ou me preocupar com HDs externos. Se você pensar nas soluções em nuvem existentes, você percebe que elas se concentram em sincronização – em copiar os dados e preenchendo o espaço em todos os dispositivos que você tem.
Eu sabia que a minha visão era possível, mas não sabia como torná-la realidade, inicialmente. Ninguém tinha resolvido o problema de capacidade com software. Você tem o Spotify para uma coleção de músicas completa, que é transmitida para você; a Netflix para filmes ou o Skype para fazer ligações de voz de longa distância.
Então, o que nós inventamos era uma solução de fluxo de armazenamento – tudo que você possui é transmitido para todos os seus dispositivos. Jogue fora seus velhos HDs – isso é o nosso lema. Por exemplo, o meu MacBook Air informa que eu tenho 562TB de espaço disponível. Isso é um monte de espaço livre e gigabytes simplesmente não importam mais.
INFO: Como é possível para a empresa oferecer armazenamento de dados ilimitado?
Tony Gauda: Abordamos a deduplicação (tecnologia que encontra arquivos repetidos em um servidor) de dados sob uma perspectiva fundamentalmente diferente – nós quebramos os dados em pedaços e se algum deles já estiverem em nossos servidores, nós não fazemos o upload novamente.
Isso leva os envios a uma magnitude mais rápida, já que a maioria desses grandes pedaços de informação já estão lá. Nós criptografamos os dados do cliente quebrando os arquivos em partes individuais ou letras, armazenando pedaços e associações em conjunto.
É como se esses dados fossem o alfabeto para criarmos as palavras. Nossa abordagem patenteada para deduplicação faz com que não seja necessário tanto espaço para nós armazenarmos, e a nossa tecnologia faz com que os arquivos carreguem rapidamente.
INFO: Qual é a infraestrutura de TI da empresa e como ela é organizada no mundo?
Tony Gauda:Temos computadores conectados a redes em todo o mundo, o que é um empreendimento fenomenal. Usando um protocolo padrão que nós construímos, algo que funciona no dispositivo operacional, entregamos o conteúdo para o sistema operacional, enganando-o para que ele identifique o Bitcasa como uma unidade de disco rígido.
INFO: Quais são as suas preocupações sobre a segurança dos dados?
Tony Gauda: Garantimos que os dados dos usuários permanecem totalmente privados – para que os consumidores se sintam seguros e protegidos, é impossível acessarmos qualquer arquivo da sua conta. Nós criptografamos os dados diretamente do cliente, por isso, não podemos vê-los no lado do servidor, usando a criptografia AES-256 e SHA-256 para todos os dados.
Acrescentamos a isso o nosso “molho secreto” de algoritmos de deduplicação e transmitimos os blocos de dados criptografados para todo o mundo. É importante entender que não temos acesso a nada – isto é um fato. Os usuários podem manter sua privacidade e podem permitir o acesso a quem quiserem.
Fonte: Revista Exame
Link: http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/diretor-da
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